sábado, 28 de fevereiro de 2015

E se eu…


As gaivotas  de Manuel Fortes

A avó do Francisco sugeriu que fossem dar um passeio até à praia apesar de ser inverno. A avó adorava caminhar sobre a areia bem junto à água onde as ondas vinham tentar molhar-lhe os pés.
O Francisco também gostava de dar estes passeios pelo longo areal. Alguns pescadores lançavam a linha e esperavam pacientemente que algum peixe tocasse no anzol.

Por vezes a mãe do seu amigo Jacinto também vinha ter com eles e assim podia brincar com o amigo. O Jacinto levava sempre uma bola para jogarem.

As andorinhas do mar faziam o seu bailado, refletido ao longo da areia molhada. Saltitavam todas ao mesmo tempo e levantavam voo, como se os dois meninos a brincar as assustassem.

O Francisco naquela tarde de sol aproximou-se da avó e perguntou inquieto:
- Avó e se eu pudesse também voar? Não era bom, avó? Podia voar sobre a praia, pousar nas rochas e tornava a levantar voo sobre aqueles barcos lá ao longe!
A avó entusiasmada respondeu:
- Oh quem me dera poder voar! Seria muito giro. Eu voava até ao cimo das árvores e até à montanha.

As gaivotas pareciam ouvi-los porque vieram até junto deles como se ansiassem alguma comida. O Francisco insistiu na ideia de voar.
- Se eu fosse gaivota voava muito alto e podia ir até ao lago brincar com os patos.
 
O golfinho de Beatriz Rodrigues
O Jacinto interrompeu a conversa:
- Eu gostava de nadar no mar. Quero ser um golfinho! Se eu fosse um golfinho podia brincar com os outros seres do mar, como as baleias e os tubarões.
- Tenho medo dos tubarões. – Diz o Francisco – Gosto mais dos pombos, das águias, dos corvos porque esses voam.

A mãe do Jacinto sugeriu então que fizessem um jogo. E se cada um imaginasse que animal gostaria de ser e o que iria acontecer a cada um. Se voarmos o que podemos fazer? Se nadarmos no mar o que pode acontecer?
- E se fôssemos um avião? – Perguntou a avó do Francisco.
- Mas eu não quero ser um avião. O avião não tem pernas nem respira. – Respondeu o Francisco.
- Olha, mas há pessoas que também não têm uma perna ou um braço e continuam a ser pessoas. – Interveio a mãe do Jacinto.
- Mas não podem segurar tão bem nas coisas, nem correr pela praia. – Interferiu o Jacinto.
- Sem uma perna ficaria muito triste.-  Desabafou o Francisco.
A princesa de Margarida


A Mãe do Jacinto interrompeu dando um toque mais alegre à conversa.
- Eu quando era pequena gostava de ser princesa num castelo. Imaginava que ia andar a cavalo pelos campos e que tinha um amigo pónei.
- Se eu tivesse um pónei ia brincar com ele todos os dias e íamos passear no campo ou numa quinta. – Disse o Francisco.

Aquele jogo do “E se eu tivesse… e se eu fosse…” era muito engraçado porque podiam dar largas à sua imaginação.

- E se os meninos não comessem fruta?- Provocou a mãe do Jacinto.
- Não podíamos crescer! – Prontificou-se o Jacinto a responder.
- Também não tínhamos energia para jogar à bola. – Disse o Francisco.
- E ficávamos doentes se não comêssemos fruta! – Acrescentou a avó do Francisco.

Ficaram todos muito animados e resolveram fazer uma corrida até à rocha mais próxima.

Chegaram todos ao mesmo tempo e ficaram a rir-se da brincadeira.

A mãe do Jacinto disse que tinham de repetir aqueles passeios pela praia porque eram muito divertidos. 

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Carnaval

Capitão América de Manuel Fortes


Era dia de carnaval e todos os anos a família da Patrícia ia até à cidade mais próxima para assistir ao corso do carnaval. Ficavam contentes sempre que viam o desfile com máscaras, personagens conhecidas e dançarinos que se agitavam ao ritmo da música dos tambores que eram um convite à participação na grande festa da alegria e do entusiasmo.

A Patrícia não entendia muito bem a razão de alguns mascarados meterem medo. Adorava os palhaços mas ficava horrorizada com umas carantonhas muito feias que assustavam os mais pequenos.

Princesa Elsa

Príncipe    de Manuel Chaves   


O pai da Patrícia e a mãe também entravam no desfile. O pai ia mascarado de pirata e a mãe gostava de se mascarar de Branca de Neve. A Patrícia estava vestida de Joaninha. A avó alinhava na brincadeira e vestiu-se de bruxa má com um grande nariz com uma verruga e um chapéu preto enorme. Não se esqueceu de levar consigo uma comprida vassoura voadora. O avô olhava para todos eles e ria-se. Tinha escolhido ser o Super- homem naquele dia e sentia-se o mais poderoso de todos.

Princesa Ariel


Na última sexta-feira, a Patrícia tinha levado o seu fato de Joaninha para o infantário enquanto os seus amigos iam vestidos com outras máscaras, como princesas, piratas, homem-aranha, abelhas, bailarinas e polícias. Tinham feito um lanchinho na escola e depois de se divertirem entre balões de todas as cores e serpentinas, com música mexida para dançarem, foram premiados com sumos e bolos e bolachas e outras guloseimas.
Princesa Bela  de  Leonor Almeida

Princesa Elsa   de Margarida Batista


A Patrícia adora sempre esta data festiva do carnaval. Todos se divertiam e riam à gargalhada. Os avós, os papás e a Patrícia. Eram uma família muito unida e alegre.

 
Urso  de Gonçalo Santos

Pirata Jake
 Como houve sempre o hábito das pessoas se pintarem ou utilizarem máscaras, ninguém iria saber quem seria o mais brincalhão. Estas festividades serviam para dar largas à imaginação e quem sabe pregar partidas aos amigos.
Capitão América de Caique

Pirata Jake de David

As festividades do carnaval apareceram há muito tempo atrás e serviam sempre para as pessoas se divertirem e fazerem atividades fora do normal do seu dia-a-dia. Podiam fazer todas as brincadeiras que não eram possíveis fazer durante o resto do ano.    
Rapunzel de Beatriz Rodrigues

Dragão   de Manuel Sá
 São festividades para rir, distrair, transmitir alegria e dançar. Também servem para criticar o que está menos bom na nossa sociedade. 
Branca de Neve  de Beatriz Coelho

Tartaruga Ninja  de Miguel Sá
É por isso que alguns cortejos têm grandes bonecos parecidos com os políticos, onde se escrevem também as opiniões das pessoas acerca dos governantes. Costuma-se dizer que “no carnaval ninguém vai levar a mal” e assim podemos ser brincalhões e foliões.


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Real e não real





A Matilde adorava ir passar os fins-de-semana com a avó Luísa porque cada vez que visitava a avó podia brincar no quintal e também com o Tareco, o gato. O Tareco era um gatinho muito meigo e gostava das festinhas da Matilde, mas também era muito brincalhão. Corria sempre atrás de uma bola de borracha. Por vezes a Matilde escondia a bola entre as roseiras e o Tareco lá ia busca-la para a trazer de novo para junto da Matilde.

Na hora do lanche a avó tinha feito um bolo de chocolate muito bom. Enquanto se deliciava com o lanche, a Matilde reparou num centro de mesa feito de flores muito bonito.
- Avó, que flores são estas? – Perguntou a Matilde apontando.
- São margaridas brancas, mas se olhares com mais atenção elas não são reais.
- Não são reais?- Admirou-se a Matilde
- Não. São flores a fingir. São falsas.
- Mas são iguais àquelas que estão no mercado e que a avó costuma comprar. Às vezes é complicado sabermos o que é real e o que é falso. – Concluiu a Matilde.
- É verdade! Às vezes são tão semelhantes que não distinguimos. - Respondeu a avó.

Então a Matilde lembrou-se que tinha umas frutas de plástico, que a avó lhe dera para brincar. Eram maçãs, peras, laranjas, bananas. Eram tão macias que pareciam mesmo a sério. Até ficava com vontade de as comer. Adorava brincar com aqueles brinquedos que eram frutas de “faz de conta”.

A avó comentou então que havia histórias que não correspondiam à realidade. Eram apenas histórias inventadas por determinado autor com muita imaginação.
- Achas que a história do lobo mau é verdadeira? – Perguntou a avó.
- Não… - Respondeu timidamente a Matilde.
- E a história dos três porquinhos?
- Também não.
- Então já vês que há coisas reais e outras que não são reais mas são criadas pela nossa fantasia.

Matilde refletiu sobre esta questão da realidade e da invenção, de coisas que podemos tocar e de coisas que não existem.
Mesmo assim ainda considerou que estava um pouco confusa.

A Avó Luísa prometeu-lhe então que iriam continuar a falar sobre este assunto até a Matilde entender melhor.




Exercício:
Determinar as fronteiras entre os conceitos de real e não real.

Estratégia: São distribuídos cartões que representam objectos, animais, pessoas. Cada criança apresenta razões para considerar ser ou não real o que vem representado no cartão.

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- Os dinossauros não existem agora. Só existiram há muito tempo.  M. Chaves
- O capuchinho vermelho não é real porque é apenas uma história.
- Os animais existem e são reais porque podemos vê-los nas quintas. M. Fortes
- As árvores existem e são reais porque podemos tocar nelas. Carolina

- A fada mágica dos dentes deixa sempre um presente. M. Chaves
- Os carros são reais porque nos transportamos neles para a escola. Tiago
- O sol e as estrelas existem. O sol é real porque se vê de dia e a lua é real porque se vê de noite. Maria
- O avião é real porque nos transporta em viagens. Margarida
- O elefante voador não existe porque os elefantes reais não voam. Gabriel
- Os peixinhos são reais porque já os vi no mar. Gonçalo
- Os barcos são reais porque existem no mar. David

- A Cinderela não existe na realidade, é só uma menina mascarada. Maria
- A família é real porque somos amigos e a mãe gosta de mim. Bruno
- O sol existe porque vive ao pé do planeta e está à frente do céu e conseguimos ver. Miguel
- O homem-aranha não existe porque só aparece nas histórias.

Comunidade de investigação do B.E.  de quatro e cinco anos




sábado, 10 de janeiro de 2015

O que quer dizer “Natal"?




O Luís naquele dia andava num alvoroço. Era a véspera de Natal e a árvore alusiva à data tinha sido decorada pelos pais e pela irmã mais velha, a Salomé. Todos se tinham divertido a colocar as bolinhas, os enfeites e as luzinhas.
Mas o que mais curiosidade provocava no Luís eram os embrulhos que a mãe ia acumulando sob a árvore.
- Mamã, eu também quero pôr os enfeites de Natal!
- Está bem, mas tem cuidado…
Enquanto ajudava ia perguntando ao pai:
- Papá, o que quer dizer “Natal”?
- Bem, “Natal” significa nascimento. Comemora-se o nascimento de Jesus. Nasceu há dois mil anos atrás.
- Foi alguém importante?
- Foi alguém que existiu e tinha uma grande consciência sobre o que são as injustiças e sobretudo foi o anunciador de uma mensagem para todos nós.
- Que mensagem?- perguntou o Luís interessado.
- Defendia a paz e a humanidade entre todos. Infelizmente a mensagem ainda não chegou a todos os corações. Ainda há muitos focos de guerra e injustiças no mundo em que vivemos. Algumas pessoas continuam a dar muita importância ao dinheiro e ao poder e esquecem a partilha e o amor.

Leonor


O Luís ficou a pensar no que o pai lhe dissera. Gostava muito das brincadeiras em casa quando os primos vinham visitá-los. Era uma oportunidade de fazerem uma grande algazarra em casa. Brincavam às escondidas e ocupavam-se também com jogos interessantes no computador.

Havia sempre muitos doces e coisas saborosas sobre a mesa e divertiam-se todos até altas horas. Os adultos tinham conversas sérias que não entendiam muito bem, por isso as crianças refugiavam-se no quarto do Luís para explorarem os novos brinquedos.

Manuel F.


Finalmente a árvore de natal estava pronta e o pai e a mãe pareciam satisfeitos. O Luís curioso pergunta então:
-Mãe, porque é que fazemos a árvore?
- Porque ela significa a vida. A vida é sempre importante e temos de ter uma atitude de respeito.  Simboliza também a paz, a alegria e a esperança. Mesmo para os povos antigos era um símbolo divino.
- Símbolo divino? - Parecia tentar entender o Luís.
- Sim. É a representação, a imagem que expressa a vida e o nascimento de tudo quanto existe, através da energia criadora. A árvore aparece sempre na vertical. Fica muito direita, como se quisesse unir a Terra que habitamos e o céu que fica bem lá no alto.
- É muito bonita pai. Gosto muito da árvore! – Respondeu o Luís.

                                     Inês

A mãe estava atenta à conversa e sugeriu:
- E que tal se fôssemos até à cidade para vermos os enfeites de Natal? Seria divertido!
O Luís saltou de alegria com a irmã mais velha, a Salomé. Iam passear na cidade à noite e o entusiasmo já se adivinhava.
Tinham apenas que vestir os casacos, pois convinha que estivessem bem quentinhos, porque a noite era muito fria, apesar da beleza da cidade que nesta época parece ter outra vivacidade.
Quando voltaram para casa era tarde e estavam todos muito cansados mas muito felizes.




Plano de discussão:  Natal

- Porque é que o pai natal traz presentes?  (Rodrigo)

- Porque é que o menino Jesus nasceu? (Maria)


- Quem é o pai natal? (Rita)


- Porque é que o menino Jesus não gosta de guerras? (Bruno)

- Porque é que temos que fazer a árvore de natal? (Carolina)


- Porque é que a mãe natal existe? (Beatriz C. )



- Porque é que o pai natal fica cansado de ir a todas as casas? (Manuel C. )


- Porque é que no natal fica tudo bonito por toda a cidade? (Inês)
- Porque é que a árvore de natal tem luzes? (Leonor)
- Porque é que no cimo da árvore temos que pôr a estrela? (Gabriel)
- Porque é que na cidade há muitas luzes no natal? (Miguel)
- Porque se pões bolas de natal na árvore? (Tiago)
- O que quer dizer natal?  (David)



Comunidade de investigação do B. E.










quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O olho da imaginação



O Zezinho estava muito feliz naquele fim-de-semana. O pai prometera levá-lo a uma exposição de pintura. Divertiam-se sempre juntos ao contemplarem as obras de arte. Algumas pinturas não se entendiam muito bem e o Zezinho ficava intrigado com as cores as formas e o significado de tudo aquilo. Começava sempre a imaginar o que seria que estava pintado.
- Papá, olha aquele quadro parece um campo com flores…
- A mim parece-me mais o céu com estrelas…- respondia divertido o pai.
- Vem ver este. – saltava de emoção o Zezinho - gosto daquele verde!
- Sim é bonito… responde o pai – parece um campo cheio de ervas…e além o mar… - apontando para uma mancha azul.

Foram contemplando a exposição até que o Zezinho pergunta:
- Papá aquele quadro ali é diferente…
- Sim é uma cópia, uma reprodução de um quadro muito importante de um pintor chamado Pablo Picasso…
-Mas não tem cores…
- Foi uma forma do artista que fez a pintura dizer que não gostava da guerra…Só utilizou o preto e o branco. - Explicou o pai.

O Zezinho ficou intrigado e triste ao mesmo tempo. Compreendeu então que a arte pode ser uma forma de expressão. Uma forma de dizer o que sentimos, do que gostamos e do que não gostamos.
- A forma deste artista pintar chama-se “estilo cubista” porque as formas são triangulares e quadradas.
- Muito esquisito… - desabafou o Zezinho
- Foi pintada em 1937 e é muito grande, como uma parece de uma sala de uma casa…
- E onde está a pintura verdadeira?
- Está num museu em Madrid…o que estamos a ver é apenas uma reprodução…

O Zezinho adorava entreter-se a fazer desenhos e a pintar com lápis. Era sempre muito divertido. Por isso as visitas a exposições de arte eram sempre bem acolhidas porque nas conversas ia aprendendo muito.
- Sabes Zezinho,  a arte de uma forma geral serve para várias coisas. Pode servir para o artista expressar o que sente mas também dar prazer a quem vê, ou levar as pessoas a pensar e a refletir sobre o que está a contemplar. Pode servir para informar do que se passou há muito tempo, ou até denunciar o que está mal ou é injusto.
O Zezinho não tirava os olhos da reprodução da pintura de Picasso com o nome Guernica que foi uma das cidades que sofreu com bombardeamentos de aviões alemães.
- O que aconteceu às pessoas que estavam nessa cidade?
- Ficaram feridas e outras morreram… Muito triste.
- Era bom que a guerra não voltasse mais… - sussurrou o Zezinho, agarrando o pai pela mão.

Os dois resolveram ir até ao jardim para darem uns chutos na bola no final da tarde. O dia tinha sido de muita aprendizagem e tinha chegado o momento da brincadeira e da risota.
Quando voltaram para casa ainda continuavam os dois muito bem-dispostos.


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O que vemos no quadro “Guernica” de Picasso?
(Opinião da comunidade de investigação, sobre o significado do quadro.)


- Vejo um touro e as pessoas estão a gritar. Também está lá um candeeiro.
Manuel Fortes

- Há um lobo que está a assustar as pessoas.
Gonçalo

- Os braços das pessoas estão caídos no chão.
Carolina

- As pessoas estão na guerra.
Margarida

- Estão a lutar e deitadas no chão porque estão mortas e têm os braços cortados. Está lá desenhado um olho.
Rita

- As pessoas estão na guerra e caíram para o chão.
Beatriz

- O lobo e o monstro estão a assustar as pessoas e elas morreram.
Caetano

- Está lá uma luz que faz mal aos olhos. As pessoas não podem olhar.
Miguel

sábado, 8 de novembro de 2014

O que significa dar exemplos?



A Luísa naquele dia não tinha ido para o colégio. Era sábado.
 Adorava ficar em casa ao fim de semana porque podia brincar com os primos mais velhos, o Duarte e a Marisa.
 A mãe da Luísa resolvera fazer um almoço para toda a família e por isso resolveu ir ao mercado para comprar alimentos. Para que se não esquecesse a mãe escreveu numa folha de papel, uma lista de produtos que necessitava comprar: Batatas, arroz, peixe, carne, vegetais, fruta e bebidas. Ia comprar também um ramo de flores para colocar no centro da mesa.
Já no mercado, a Luísa ficou radiante com as cores e os cheiros. Perguntou à mãe apontando para uma bancada de venda:
- Mãe, o que é aquilo ali?
-É um fruto muito saboroso. Chama-se manga.
A Luísa apercebeu-se que havia muitos frutos bonitos que nem sabia o nome, mas reconheceu as laranjas, as maçãs, as pêras, o melão, as uvas.
A mãe lembrou-se de fazer um jogo em que a Luísa teria de dar mais exemplos de frutas, para além das que via no mercado. Pensou e disse sorridente:
- Cenoura!?...
- Não Luísa, a cenoura não é fruta! Tem outro nome. Sabes qual é?
A Luísa parou para pensar. Tinha só quatro anos e estava agora a aprender a distinguir os objetos e a agrupá-los pelos nomes. Luísa ficou muda. A sua boca não se abriu. A mãe resolve ajudá-la:
- A cenoura é um vegetal! Tu comes muitos vegetais na sopa. Queres dar exemplos de vegetais?

A Luísa pôs-se a olhar para a bancada dos vegetais, pois a mãe preparava-se para comprar alguns para a refeição.
- Já sei!...- E apontando disse -Estou a ver couves, feijão-verde e alface.
- Muito bem – disse a mãe – Já deste exemplos de vegetais!
A Luísa resolveu desafiar a mãe:
- Agora quero que tu me dês exemplos de flores!
A mãe riu. Estava a ser divertido ir fazer compras com a Luísa.
-Muito bem! Olha, estão ali malmequeres, rosas, tulipas, cravos, margaridas… hummm não sei que flores levar para enfeitar a mesa!
- As rosas são bonitas! Vamos levar rosas! - Sorriu a Luísa satisfeita.
-Agora vamos comprar peixe! – disse a mãe- e continuou o jogo – dá-me um exemplo de peixe!
- Pescada…-  Respondeu a Luísa
-Muito bem! Apoiou a mãe. Luísa questionou :
- Agora diz tu exemplos de carne!
- Humm… peru, frango, vitela…

Luísa e a mãe passaram um tempo muito divertido no mercado. E a mãe explicou:
-Sabes Luísa, devemos saber dar exemplos quando falamos com alguém. Assim explicamos melhor o que queremos dizer e os outros compreendem-nos melhor.

Em casa o almoço ficou muito saboroso e a seguir a Luísa e os primos foram brincar. Resolveram brincar às escondidas. Mas depois por sugestão do primo Duarte iriam todos fazer um puzzle. Afinal havia vários tipos de brincadeiras que todos gostavam de praticar.



Plano de aula
Motivação
Introdução do conceito “exemplo”
Objetivos
Saber utilizar técnicas de argumentação. Saber dar e explicar exemplos
Tarefas e materiais
 História
Cartão dos exemplos
Objetos variados (Várias frutas, vários brinquedos)
Organização e dinamização
- Leitura da história
- Jogo dos exemplos (as crianças diferenciam dois grupos de objetos):
Os que são comestíveis e os que não são comestíveis.
- Apresentam razões para que as frutas,  sejam comestíveis.
- Apresentam razões para que os brinquedos não sejam para comer.
- Registo das respostas justificativas diferenciando “comestível” de  “não comestível”



Registo das razões da comunidade de investigação ( quatro e cinco anos):

Objetos não comestíveis:

Não comemos brinquedos. (Gonçalo)
As coisas de plástico fazem mal à saúde. (Manuel Chaves)
Fazem mal aos dentes. (Rita)
Não se podem comer carros. (Beatriz)
Não se podem comer pneus porque têm ar. (Gabriel)
Os brinquedos só servem para brincar. (Caique)
Se comprarmos muitos brinquedos não temos dinheiro para a comida. (Gabriel)



Objetos comestíveis

Fazem bem à saúde. (Rita)
Servem para crescermos. (Manuel Fortes)
Comemos maçãs e bananas. (Gonçalo)
A fruta faz bem.  (Gonçalo)
Os alimentos são bons para ficarmos fortes. (Manuel Chaves)
As pastilhas fazem mal aos dentes. (Manuel Fortes)
Podem-se comer doces. (Caique)
Os doces fazem dor de barriga. ( Rodrigo)
Se comermos só doces ficamos fraquinhos. ( Gonçalo)
Não podemos beber vinho porque ficamos bêbados. (Manuel  Chaves)




sábado, 11 de outubro de 2014

A chegada do Outono



A mãe do Pedro resolveu ir até ao parque para que pudessem desfrutar do lago onde nadavam constantemente as mamãs patas com os seus filhotes patinhos.
O Pedro levava sempre dentro de um saquito, bocados de pão para dar aos patos e aos pombos que corriam para junto dele para se deliciarem com aqueles tesouros tão saborosos.
De repente começou a soprar um vento que parecia zangado porque fazia uns zumbidos estranhos que o Pedro nunca antes se apercebera.
Perguntou à mãe:
- Mamã porque é que o vento faz tanto barulho?
-Porque vem aí o Outono. É a estação do ano em que começa a aparecer o frio. – Respondeu a mãe.
- Os patos não têm frio? – Interrogou o Pedro
-Não, os animais estão protegidos pelas penas ou pelos como os gatos e os cães. – Informou a mãe.

O Pedro reparou que as folhas se agitavam e caiam das árvores, enchendo o chão com um tapete muito bonito. Fascinado apanhou duas ou três folhas e foi mostrá-las à mãe.
- São bonitas estas folhas mamã…
-Podes fazer uma colagem com elas para o teu desenho sobre o Outono.- Sugeriu a mãe.

O Pedro sentiu então uns pingos de chuva no rosto.
- Mamã, está a chover! – Exclamou.
- Temos de ir já para casa!…- Disse a mãe preocupada.
- Já não podemos ir à praia… - Lamentou-se o Pedro de cabeça baixa.

O Pedro ficou triste. Ele gostava de ir chapinhar na água e brincar na areia.
- Mamã, porque é que cai água do céu?- Lembrou-se de perguntar.
A mãe tentou explicar que a água se formava no céu através de um processo de condensação e depois formava as nuvens bonitas que vemos lá no alto.
- É como um truque de magia. – Disse o Pedro. - Primeiro não há nada e depois aparecem coisas.
- Sim Pedro, a natureza está repleta de magia. – Acrescentou a mãe.
- O Outono traz coisas novas. – Comentou o Pedro interessado. – Até vestimos outras roupas e calçamos botas para não molharmos os pés.
- Temos que nos agasalhar melhor pois começa a ficar mais frio e podemos constipar-nos e ficarmos doentes. – Respondeu a mãe.
- E também começa a escola. Podemos brincar com os amigos e é muito divertido.

O Pedro chegou a casa e começou a desenhar a árvore do Outono com as folhas a cair. Orgulhoso foi mostrar à mãe que ficou radiante com o desenho em tons de castanho, laranja e amarelo.


Pedro continuou a pensar que afinal o Outono poderia ser muito interessante, divertido e de descobertas mágicas.


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Plano de discussão:

Porque é que o vento sopra e caem as folhas?
Inês

Porque é que as pessoas se constipam?
David

O Pedro gosta de jogar à bola?
Miguel

Porque é que chove?
Leonor

Porque é que os patos nadam na água?
Gabriel

Porque é que os patos voam?
Beatriz Coelho

Porque é que as tartarugas nadam?
Gonçalo

Porque é que os peixinhos não conseguem sair da água?
Rafael

Porque é que o Pedro foi ao lago dar comida aos patinhos?
Bruno

Porque é que os peixinhos têm de viver dentro de água?
Vasco

Porque é que o sol desce e a lua sobe?
Margarida

Porque é que as folhas caem das árvores?
Rita

Porque é que as pessoas pisam as folhas?
Carolina

Porque é que as tartarugas têm de viver dentro de água?
Beatriz 

Porque é que os meninos escorregam no escorrega?
Rodrigo


( Comunidade de investigação)