Havia no alto da serra
uma árvore diferente de todas as outras. Chamava-se Camila. Os pinheiros que a
rodeavam gozavam com ela porque quando chegava o Outono, as folhas ficavam
amarelas e iam caindo no chão formando um tapete fofo, estaladiço e de cores
quentes.
Ela triste dizia aos
seus companheiros:
- Não entendo porque
brincam comigo e me chamam nomes. Dizem que fico sem roupa e só se vê o meu
esqueleto. Fico só com os troncos.
- Pois é. – Dizia o
pinheiro Elias – Na Primavera estavas tão gira com flores brancas em todos os
ramos e no Verão divertimo-nos muito quando uns meninos vieram colocar um
balouço nos nossos braços e passaram o dia a balouçar-se.
- Foi divertido sim. –
Respondeu a Camila. – E quando as meninas enfeitaram o cabelo com as minhas
flores também gostei.
- Tu és diferente mas
não deixas de ser muito bonita. Olha eu, pareço que nem tenho flores e as
minhas folhas são estes picos. Costumam cortar-me quando chega a época de Natal
para os humanos terem uma árvore a sério nesta época para enfeitarem as suas
casas. Não gosto nada disso!
- Ainda não percebi
muito bem porque as minhas folhas caem e fico despida e as tuas folhas
permanecem durante todo o ano!
- Olha, tem a ver com a
nossa natureza. Eu sou de folha persistente e tu és de folha caduca!
- O que quer dizer persistente?
- Quer dizer que tenho
folhas durante todo o ano, mas tu não!
- E isso é mau?-
perguntou a Camila.
- Não é mau. É só
diferente! Não deixes que gozem contigo só por seres diferente!
- Eu sei… mas fico
muito triste quando os outros pinheiros dizem coisas sobre mim, que sou fraca e
estou a morrer.
- Nada disso! Tu estás
apenas a armazenar energia durante o inverno para quando chegar a Primavera
poderes ter essas flores brancas e lindas que tu tens! Até és uma árvore muito
alegre nessa ocasião em que floresces em todos os ramos. Nós os pinheiros nunca
mudamos. Estamos sempre iguais. Mas tu transformas-te conforme as estações do
ano.
-Entendo. Agora é Outono
e fico assim. O vento aparece agita-me os ramos e as minhas folhas amarelas
tombam na terra. Estou triste. Tenho vontade de chorar.
- Não chores. – Responde
o pinheiro Elias. – Sabes que os meninos costumam apanhar as tuas folhas do
chão, secas e amarelecidas e fazem trabalhos muito bonitos nas escolas. Já os
vi muito felizes e divertidos a apanhar as tuas folhas.
- Achas? Não sei… -
Lamentou-se a Camila.
- Sim! Tu dás alegria e
felicidade a muitas crianças, porque a cada estação tens sempre uma aparência
nova. Com flores na Primavera, com folhas verdes no Verão, com folhas amarelas
e castanhas no Outono e só com a elegância dos teus troncos no frio de Inverno.
Parece que estás a dançar uma música especial e que ergues os teus braços ao
céu. E as pessoas adoram!
- Percebo! Sermos
diferentes não significa que sejamos maus. Temos apenas uma riqueza própria,
singular, única!
- É mesmo! Por isso não
te preocupes quando gozam contigo. Vão acabar por entender que a alegria
partilhada está também na aceitação do que é diferente.
A Camila e o Elias
ficaram bons amigos e continuaram as brincadeiras de se abanarem e brincarem
com o vento, o que os divertia imenso.
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Plano de trabalho:
Definição
de Filosofia – amigo do saber do conhecimento
1. Leitura da história
3. Fazer perguntas sobre a história (assinalar os nomes das crianças que questionam)
4. Dramatização das personagens
1. Leitura da história
3. Fazer perguntas sobre a história (assinalar os nomes das crianças que questionam)
4. Dramatização das personagens
. Objetivos: Saber questionar, interrogar.
Plano de discussão:
Porque é que as folhas do pinheiro não caem? (Beatriz
Sousa)
Porque é que o pinheiro pica? (Caíque)
Porque razão as folhas da Camila caem? (Tiago)
A Camila ficou contente com os passarinhos? (Leonor)
Porque é que a Camila e o pinheiro Elias foram
felizes? (João)
Porque é que a Camila ficou triste? (Diana)
Porque é que a Camila ficou sem roupa? (Caetano)
Podemos subir às árvores? (Gonçalo)
Porque é que as árvores foram amigas? Inês
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