A Matilde adorava ir passar os fins-de-semana com a avó Luísa
porque cada vez que visitava a avó podia brincar no quintal e também com o
Tareco, o gato. O Tareco era um gatinho muito meigo e gostava das festinhas da
Matilde, mas também era muito brincalhão. Corria sempre atrás de uma bola de
borracha. Por vezes a Matilde escondia a bola entre as roseiras e o Tareco lá
ia busca-la para a trazer de novo para junto da Matilde.
Na hora do lanche a avó tinha feito um bolo de chocolate
muito bom. Enquanto se deliciava com o lanche, a Matilde reparou num centro de
mesa feito de flores muito bonito.
- Avó, que flores são estas? – Perguntou a Matilde apontando.
- São margaridas brancas, mas se olhares com mais atenção
elas não são reais.
- Não são reais?- Admirou-se a Matilde
- Não. São flores a fingir. São falsas.
- Mas são iguais àquelas que estão no mercado e que a avó
costuma comprar. Às vezes é complicado sabermos o que é real e o que é falso. –
Concluiu a Matilde.
- É verdade! Às vezes são tão semelhantes que não
distinguimos. - Respondeu a avó.
Então a Matilde lembrou-se que tinha umas frutas de plástico,
que a avó lhe dera para brincar. Eram maçãs, peras, laranjas, bananas. Eram tão
macias que pareciam mesmo a sério. Até ficava com vontade de as comer. Adorava
brincar com aqueles brinquedos que eram frutas de “faz de conta”.
A avó comentou então que havia histórias que não
correspondiam à realidade. Eram apenas histórias inventadas por determinado
autor com muita imaginação.
- Achas que a história do lobo mau é verdadeira? – Perguntou
a avó.
- Não… - Respondeu timidamente a Matilde.
- E a história dos três porquinhos?
- Também não.
- Então já vês que há coisas reais e outras que não são reais
mas são criadas pela nossa fantasia.
Matilde refletiu sobre esta questão da realidade e da
invenção, de coisas que podemos tocar e de coisas que não existem.
Mesmo assim ainda considerou que estava um pouco confusa.
A Avó Luísa prometeu-lhe então que iriam continuar a falar
sobre este assunto até a Matilde entender melhor.
Exercício:
Determinar as fronteiras entre os conceitos de real e não
real.
Estratégia: São distribuídos cartões que representam objectos, animais, pessoas. Cada criança apresenta razões para considerar ser ou não real o que vem representado no cartão.
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Estratégia: São distribuídos cartões que representam objectos, animais, pessoas. Cada criança apresenta razões para considerar ser ou não real o que vem representado no cartão.
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- Os dinossauros não existem agora. Só existiram há muito
tempo. M. Chaves
- O capuchinho vermelho não é real porque é apenas uma
história.
- Os animais existem e são reais porque podemos vê-los nas
quintas. M. Fortes
- As árvores existem e são reais porque podemos tocar nelas.
Carolina
- A fada mágica dos dentes deixa sempre um presente. M.
Chaves
- Os carros são reais porque nos transportamos neles para a
escola. Tiago
- O sol e as estrelas existem. O sol é real porque se vê de
dia e a lua é real porque se vê de noite. Maria
- O avião é real porque nos transporta em viagens. Margarida
- O elefante voador não existe porque os elefantes reais não
voam. Gabriel
- Os peixinhos são reais porque já os vi no mar. Gonçalo
- Os barcos são reais porque existem no mar. David
- A Cinderela não existe na realidade, é só uma menina
mascarada. Maria
- A família é real porque somos amigos e a mãe gosta de mim.
Bruno
- O sol existe porque vive ao pé do planeta e está à frente
do céu e conseguimos ver. Miguel
- O homem-aranha não existe porque só aparece nas histórias.
Comunidade de investigação do B.E. de quatro e cinco anos
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