domingo, 8 de fevereiro de 2015

Real e não real





A Matilde adorava ir passar os fins-de-semana com a avó Luísa porque cada vez que visitava a avó podia brincar no quintal e também com o Tareco, o gato. O Tareco era um gatinho muito meigo e gostava das festinhas da Matilde, mas também era muito brincalhão. Corria sempre atrás de uma bola de borracha. Por vezes a Matilde escondia a bola entre as roseiras e o Tareco lá ia busca-la para a trazer de novo para junto da Matilde.

Na hora do lanche a avó tinha feito um bolo de chocolate muito bom. Enquanto se deliciava com o lanche, a Matilde reparou num centro de mesa feito de flores muito bonito.
- Avó, que flores são estas? – Perguntou a Matilde apontando.
- São margaridas brancas, mas se olhares com mais atenção elas não são reais.
- Não são reais?- Admirou-se a Matilde
- Não. São flores a fingir. São falsas.
- Mas são iguais àquelas que estão no mercado e que a avó costuma comprar. Às vezes é complicado sabermos o que é real e o que é falso. – Concluiu a Matilde.
- É verdade! Às vezes são tão semelhantes que não distinguimos. - Respondeu a avó.

Então a Matilde lembrou-se que tinha umas frutas de plástico, que a avó lhe dera para brincar. Eram maçãs, peras, laranjas, bananas. Eram tão macias que pareciam mesmo a sério. Até ficava com vontade de as comer. Adorava brincar com aqueles brinquedos que eram frutas de “faz de conta”.

A avó comentou então que havia histórias que não correspondiam à realidade. Eram apenas histórias inventadas por determinado autor com muita imaginação.
- Achas que a história do lobo mau é verdadeira? – Perguntou a avó.
- Não… - Respondeu timidamente a Matilde.
- E a história dos três porquinhos?
- Também não.
- Então já vês que há coisas reais e outras que não são reais mas são criadas pela nossa fantasia.

Matilde refletiu sobre esta questão da realidade e da invenção, de coisas que podemos tocar e de coisas que não existem.
Mesmo assim ainda considerou que estava um pouco confusa.

A Avó Luísa prometeu-lhe então que iriam continuar a falar sobre este assunto até a Matilde entender melhor.




Exercício:
Determinar as fronteiras entre os conceitos de real e não real.

Estratégia: São distribuídos cartões que representam objectos, animais, pessoas. Cada criança apresenta razões para considerar ser ou não real o que vem representado no cartão.

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- Os dinossauros não existem agora. Só existiram há muito tempo.  M. Chaves
- O capuchinho vermelho não é real porque é apenas uma história.
- Os animais existem e são reais porque podemos vê-los nas quintas. M. Fortes
- As árvores existem e são reais porque podemos tocar nelas. Carolina

- A fada mágica dos dentes deixa sempre um presente. M. Chaves
- Os carros são reais porque nos transportamos neles para a escola. Tiago
- O sol e as estrelas existem. O sol é real porque se vê de dia e a lua é real porque se vê de noite. Maria
- O avião é real porque nos transporta em viagens. Margarida
- O elefante voador não existe porque os elefantes reais não voam. Gabriel
- Os peixinhos são reais porque já os vi no mar. Gonçalo
- Os barcos são reais porque existem no mar. David

- A Cinderela não existe na realidade, é só uma menina mascarada. Maria
- A família é real porque somos amigos e a mãe gosta de mim. Bruno
- O sol existe porque vive ao pé do planeta e está à frente do céu e conseguimos ver. Miguel
- O homem-aranha não existe porque só aparece nas histórias.

Comunidade de investigação do B.E.  de quatro e cinco anos




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