sábado, 28 de fevereiro de 2015

E se eu…


As gaivotas  de Manuel Fortes

A avó do Francisco sugeriu que fossem dar um passeio até à praia apesar de ser inverno. A avó adorava caminhar sobre a areia bem junto à água onde as ondas vinham tentar molhar-lhe os pés.
O Francisco também gostava de dar estes passeios pelo longo areal. Alguns pescadores lançavam a linha e esperavam pacientemente que algum peixe tocasse no anzol.

Por vezes a mãe do seu amigo Jacinto também vinha ter com eles e assim podia brincar com o amigo. O Jacinto levava sempre uma bola para jogarem.

As andorinhas do mar faziam o seu bailado, refletido ao longo da areia molhada. Saltitavam todas ao mesmo tempo e levantavam voo, como se os dois meninos a brincar as assustassem.

O Francisco naquela tarde de sol aproximou-se da avó e perguntou inquieto:
- Avó e se eu pudesse também voar? Não era bom, avó? Podia voar sobre a praia, pousar nas rochas e tornava a levantar voo sobre aqueles barcos lá ao longe!
A avó entusiasmada respondeu:
- Oh quem me dera poder voar! Seria muito giro. Eu voava até ao cimo das árvores e até à montanha.

As gaivotas pareciam ouvi-los porque vieram até junto deles como se ansiassem alguma comida. O Francisco insistiu na ideia de voar.
- Se eu fosse gaivota voava muito alto e podia ir até ao lago brincar com os patos.
 
O golfinho de Beatriz Rodrigues
O Jacinto interrompeu a conversa:
- Eu gostava de nadar no mar. Quero ser um golfinho! Se eu fosse um golfinho podia brincar com os outros seres do mar, como as baleias e os tubarões.
- Tenho medo dos tubarões. – Diz o Francisco – Gosto mais dos pombos, das águias, dos corvos porque esses voam.

A mãe do Jacinto sugeriu então que fizessem um jogo. E se cada um imaginasse que animal gostaria de ser e o que iria acontecer a cada um. Se voarmos o que podemos fazer? Se nadarmos no mar o que pode acontecer?
- E se fôssemos um avião? – Perguntou a avó do Francisco.
- Mas eu não quero ser um avião. O avião não tem pernas nem respira. – Respondeu o Francisco.
- Olha, mas há pessoas que também não têm uma perna ou um braço e continuam a ser pessoas. – Interveio a mãe do Jacinto.
- Mas não podem segurar tão bem nas coisas, nem correr pela praia. – Interferiu o Jacinto.
- Sem uma perna ficaria muito triste.-  Desabafou o Francisco.
A princesa de Margarida


A Mãe do Jacinto interrompeu dando um toque mais alegre à conversa.
- Eu quando era pequena gostava de ser princesa num castelo. Imaginava que ia andar a cavalo pelos campos e que tinha um amigo pónei.
- Se eu tivesse um pónei ia brincar com ele todos os dias e íamos passear no campo ou numa quinta. – Disse o Francisco.

Aquele jogo do “E se eu tivesse… e se eu fosse…” era muito engraçado porque podiam dar largas à sua imaginação.

- E se os meninos não comessem fruta?- Provocou a mãe do Jacinto.
- Não podíamos crescer! – Prontificou-se o Jacinto a responder.
- Também não tínhamos energia para jogar à bola. – Disse o Francisco.
- E ficávamos doentes se não comêssemos fruta! – Acrescentou a avó do Francisco.

Ficaram todos muito animados e resolveram fazer uma corrida até à rocha mais próxima.

Chegaram todos ao mesmo tempo e ficaram a rir-se da brincadeira.

A mãe do Jacinto disse que tinham de repetir aqueles passeios pela praia porque eram muito divertidos. 

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Carnaval

Capitão América de Manuel Fortes


Era dia de carnaval e todos os anos a família da Patrícia ia até à cidade mais próxima para assistir ao corso do carnaval. Ficavam contentes sempre que viam o desfile com máscaras, personagens conhecidas e dançarinos que se agitavam ao ritmo da música dos tambores que eram um convite à participação na grande festa da alegria e do entusiasmo.

A Patrícia não entendia muito bem a razão de alguns mascarados meterem medo. Adorava os palhaços mas ficava horrorizada com umas carantonhas muito feias que assustavam os mais pequenos.

Princesa Elsa

Príncipe    de Manuel Chaves   


O pai da Patrícia e a mãe também entravam no desfile. O pai ia mascarado de pirata e a mãe gostava de se mascarar de Branca de Neve. A Patrícia estava vestida de Joaninha. A avó alinhava na brincadeira e vestiu-se de bruxa má com um grande nariz com uma verruga e um chapéu preto enorme. Não se esqueceu de levar consigo uma comprida vassoura voadora. O avô olhava para todos eles e ria-se. Tinha escolhido ser o Super- homem naquele dia e sentia-se o mais poderoso de todos.

Princesa Ariel


Na última sexta-feira, a Patrícia tinha levado o seu fato de Joaninha para o infantário enquanto os seus amigos iam vestidos com outras máscaras, como princesas, piratas, homem-aranha, abelhas, bailarinas e polícias. Tinham feito um lanchinho na escola e depois de se divertirem entre balões de todas as cores e serpentinas, com música mexida para dançarem, foram premiados com sumos e bolos e bolachas e outras guloseimas.
Princesa Bela  de  Leonor Almeida

Princesa Elsa   de Margarida Batista


A Patrícia adora sempre esta data festiva do carnaval. Todos se divertiam e riam à gargalhada. Os avós, os papás e a Patrícia. Eram uma família muito unida e alegre.

 
Urso  de Gonçalo Santos

Pirata Jake
 Como houve sempre o hábito das pessoas se pintarem ou utilizarem máscaras, ninguém iria saber quem seria o mais brincalhão. Estas festividades serviam para dar largas à imaginação e quem sabe pregar partidas aos amigos.
Capitão América de Caique

Pirata Jake de David

As festividades do carnaval apareceram há muito tempo atrás e serviam sempre para as pessoas se divertirem e fazerem atividades fora do normal do seu dia-a-dia. Podiam fazer todas as brincadeiras que não eram possíveis fazer durante o resto do ano.    
Rapunzel de Beatriz Rodrigues

Dragão   de Manuel Sá
 São festividades para rir, distrair, transmitir alegria e dançar. Também servem para criticar o que está menos bom na nossa sociedade. 
Branca de Neve  de Beatriz Coelho

Tartaruga Ninja  de Miguel Sá
É por isso que alguns cortejos têm grandes bonecos parecidos com os políticos, onde se escrevem também as opiniões das pessoas acerca dos governantes. Costuma-se dizer que “no carnaval ninguém vai levar a mal” e assim podemos ser brincalhões e foliões.


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Real e não real





A Matilde adorava ir passar os fins-de-semana com a avó Luísa porque cada vez que visitava a avó podia brincar no quintal e também com o Tareco, o gato. O Tareco era um gatinho muito meigo e gostava das festinhas da Matilde, mas também era muito brincalhão. Corria sempre atrás de uma bola de borracha. Por vezes a Matilde escondia a bola entre as roseiras e o Tareco lá ia busca-la para a trazer de novo para junto da Matilde.

Na hora do lanche a avó tinha feito um bolo de chocolate muito bom. Enquanto se deliciava com o lanche, a Matilde reparou num centro de mesa feito de flores muito bonito.
- Avó, que flores são estas? – Perguntou a Matilde apontando.
- São margaridas brancas, mas se olhares com mais atenção elas não são reais.
- Não são reais?- Admirou-se a Matilde
- Não. São flores a fingir. São falsas.
- Mas são iguais àquelas que estão no mercado e que a avó costuma comprar. Às vezes é complicado sabermos o que é real e o que é falso. – Concluiu a Matilde.
- É verdade! Às vezes são tão semelhantes que não distinguimos. - Respondeu a avó.

Então a Matilde lembrou-se que tinha umas frutas de plástico, que a avó lhe dera para brincar. Eram maçãs, peras, laranjas, bananas. Eram tão macias que pareciam mesmo a sério. Até ficava com vontade de as comer. Adorava brincar com aqueles brinquedos que eram frutas de “faz de conta”.

A avó comentou então que havia histórias que não correspondiam à realidade. Eram apenas histórias inventadas por determinado autor com muita imaginação.
- Achas que a história do lobo mau é verdadeira? – Perguntou a avó.
- Não… - Respondeu timidamente a Matilde.
- E a história dos três porquinhos?
- Também não.
- Então já vês que há coisas reais e outras que não são reais mas são criadas pela nossa fantasia.

Matilde refletiu sobre esta questão da realidade e da invenção, de coisas que podemos tocar e de coisas que não existem.
Mesmo assim ainda considerou que estava um pouco confusa.

A Avó Luísa prometeu-lhe então que iriam continuar a falar sobre este assunto até a Matilde entender melhor.




Exercício:
Determinar as fronteiras entre os conceitos de real e não real.

Estratégia: São distribuídos cartões que representam objectos, animais, pessoas. Cada criança apresenta razões para considerar ser ou não real o que vem representado no cartão.

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- Os dinossauros não existem agora. Só existiram há muito tempo.  M. Chaves
- O capuchinho vermelho não é real porque é apenas uma história.
- Os animais existem e são reais porque podemos vê-los nas quintas. M. Fortes
- As árvores existem e são reais porque podemos tocar nelas. Carolina

- A fada mágica dos dentes deixa sempre um presente. M. Chaves
- Os carros são reais porque nos transportamos neles para a escola. Tiago
- O sol e as estrelas existem. O sol é real porque se vê de dia e a lua é real porque se vê de noite. Maria
- O avião é real porque nos transporta em viagens. Margarida
- O elefante voador não existe porque os elefantes reais não voam. Gabriel
- Os peixinhos são reais porque já os vi no mar. Gonçalo
- Os barcos são reais porque existem no mar. David

- A Cinderela não existe na realidade, é só uma menina mascarada. Maria
- A família é real porque somos amigos e a mãe gosta de mim. Bruno
- O sol existe porque vive ao pé do planeta e está à frente do céu e conseguimos ver. Miguel
- O homem-aranha não existe porque só aparece nas histórias.

Comunidade de investigação do B.E.  de quatro e cinco anos