PLANO DE AULA
- Leitura da história.
- Jogo dos exemplos ( cada criança dá um ou mais exemplos de seres que vivem no mar).
- Ilustração da história.
- Discussão : Perguntas sobre o MAR (Jogo das perguntas)
- O que concordo acerca do mar.
- O que não concordo acerca do mar.
- Dramatização da história com as personagens do Miguel e do caranguejo
Nota: Este plano de aula foi dividido em duas sessões de quarenta e cinco minutos uma vez que é longo e inclui diferentes atividades.
O Miguel era um menino louro de olhos curiosos e imaginativos. Gostava de fazer perguntas sobre tudo e a propósito de todos.
Num dia de férias o pai levou-o até junto à praia. Brincou, gritou para as ondas e saltou-lhes para cima inundando os seus pés de espuma.
- Papá vou construir um castelo na areia. Ajuda-me. Quero que fique bonito.
O pai encheu as mãos com a areia húmida e começou a construir um pequeno monte.
Algo chamou a atenção do Miguel. Era um pequeno caranguejo que se tinha escondido no castelo de areia que ele construíra.
- Onde vais? Porque te escondes?
- Para me proteger…se me vêem querem logo brincar comigo…
- E isso não é bom?
- Nem por isso. Costumam meter-me num balde, moem-me o juízo e depois atiram-me de novo para o mar…
- Como é o mar? – Quis saber o Miguel.
- Olha…tem muitos seres vivos como aqui na terra…uns mais pequenos e outros enormes…
- Entendo…uns são como os elefantes e outros como as formigas.
-
Isso mesmo…são muito diferentes em tamanho mas todos são seres vivos.
- Hummm…isso dos seres vivos é interessante
- Também há algas…
- Sim eu sei…já as vi na praia…Também são seres vivos?
- Claro. – Disse o sábio caranguejo – Mas são diferentes porque não têm pés nem mãos…ouvi dizer por aqui que algumas servem para curar as doenças dos humanos…
- Hummm…as coisas que tu sabes caranguejo!
Queria ser como tu!
- Também podes saber coisas sobre o mundo.
Basta tomares atenção ao que está a acontecer à tua volta Miguel.
- Sim…costumo ser muito curioso…gosto de saber coisas…e gosto de construções…gostas do meu castelo de areia?
- Muito fixe! Serviu para me esconder dos meninos que me querem levar para casa. Eles não entendem que eu pertenço ao mar. O mar é a minha casa. É lá que tenho os meus amigos e o meu alimento.
- Percebo-te…então adeus.
Miguel despediu-se do caranguejo ficando a pensar como o mundo tem seres tão diferentes e todos tão interessantes.
O pai do Miguel chamava-o. Estava na hora de também voltar para casa com a sua família.
Questões sobre o mar:
- Porque é que existem os seres do mar?
- Como são os golfinhos?
- Porque é que há conchas no mar?
- Porque é que há areia debaixo de água?
- Porque é que existe o mar?
- Porque é que os seres vivos são importantes?
- Porque é que o polvo é da água?
- Porque é que há peixes maiores que comem outros mais pequenos?
- Para que é que os tubarões têm dentes muito afiados?
- Para que servem os peixes?
- Porque é que as morsas e as focas vivem no gelo e na água?
O que não concordo:
- Não gosto que os tubarões comam pessoas e peixes.
- Não gosto das ondas porque ela assustam-me.
- Não concordo que as pessoas ponham lixo no mar.
_ Não gosto dos peixes espada e serra...
- Os piratas destroem os submarinos e os barcos no mar.
- Os peixes comem lixo e morrem ou ficam doentes.
- Não gosto que os animais comam pessoas.
O que
concordo:
- Gosto dos peixes e dos golfinhos e de brincar com eles.
- Gosto de fazer castelos na areia
- Fazer estruturas com conchas.
_ Jogar à bola
- Apanhar búzios e conchas para fazer coisas.
- Gosto das ondas e de nadar.
(A comunidade de investigação do BE)
Um projeto que tem por objetivo principal proporcionar o desenvolvimento da capacidade de argumentar da criança num ambiente harmonioso e afetivo, onde todos se possam divertir e aprender.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
A gotinha de água
Uma gotinha de água chorava triste, deitada sobre uma folha de camélia num lindo jardim. Pensava… – que só me sinto aqui. Não tenho amigos para brincar.
E começou a chorar. A folha de camélia ouvindo os gemidos sussurrou-lhe:
- Porque choras gota de água?
- Estou triste…sou uma insignificante que não tem amigos. Daqui a pouco vem o sol e evapora-me e depois nunca mais ninguém me vê. Não valho nada e ninguém gosta de mim…
- Está enganada gotinha de água. Pensa bem, se não fosses tu eu estaria murcha e morreria. Sou uma simples folha de camélia. Preciso muito de água e sol.
A gotinha de água pensou, reflectiu e achou que a sua companheira folha de camélia tinha razão. Se calhar ela fazia falta aos outros seres que viviam perto dela. Que pateta que tinha sido ao pensar assim. Como é que pudera concluir que vivia isolada dos outros e ninguém era amiga dela.
E a folha de camélia prosseguiu:
- Imagina estas árvores sem ti. Achas que elas poderiam existir se tu não as alimentasses?
- Pois…tens razão…
- Todas as criaturas da Terra necessitam de água…até os Homens!
- Homens!? Quem são? – Perguntou a gota de água incrédula.
- São seres que nem sempre respeitam as tuas irmãs gotas de água…
- Como?...Não entendo!
- Eles sujam, poluem, destroem e matam…
- Mas porquê?
Porque colocam outros valores acima do respeito pela natureza, sim porque tu fazes parte da natureza!
- Tenho medo desses Homens de que falas!...São incongruentes pois matam o que mais necessitam para viver…
- Talvez se lhe falares ao coração e ao seu lado sensato, eles finalmente entendam que não é o consumismo desenfreado que traz mais felicidade e harmonia. – Acrescentou a folha de camélia.
- O que é o consumismo desenfreado? - Questionou inocente a gota de água.
- É gastar os bens que temos e um dia o planeta Terra que habitamos, já não terá mais nada para nos dar…
- Continuo triste, folha de camélia. Descubro que tenho amigos que precisam de mim e também uma criatura estranha que parece querer destruir tudo o que a natureza amiga dá.
De repente uma nuvem aproximou-se, pegou na débil gotinha de água e transportou-a para longe.
- Para onde me levas? – Perguntou a gotinha.
- Confia em mim. Também sou tua amiga. Ouvi-te dizer que estavas triste. Vou-te levar para junto das tuas amigas que são semelhantes a ti. Junto delas vais-te sentir protegida e forte.
A gotinha de água avistou ao longe uma gota enorme. Era um lago onde nadavam patinhos e havia peixinhos dançarinos.
E a gotinha de água entendeu que fazia parte de um conjunto de seres que estavam juntos e eram inseparáveis. A gotinha de água pensou. – Afinal não estou só. Tenho é de convencer o ser humano a respeitar-me…mas será que eu vou ter sucesso e ele vai conseguir mudar as suas acções e melhorar em lugar de piorar o mundo!?... Plano de discussão: - Porque é que a gotinha de água estava triste? - As plantas precisam de água? - A folha de camélia precisava de água? - A camélia não queria ter mais folhas? - O sol esconde-se sempre atrás da nuvem? - As nuvens fazem sempre chover? - Todos precisamos de água? - Os seres vivos também precisam de água? - Porque é que precisamos de água? - Os homens desperdiçam a água? - A gotinha de água estava triste com as pessoas? - Porque é que os homens fumam e poluem o mar? - Porque destroem a floresta? - Não poupamos água? - A gotinha de água tinha medo das pessoas? - Porque é que os homens maus matam os peixes? - Porque é que o mar tem lixo? - A gota de água não gosta das pessoas? - As pessoas atiram lixo para o chão? - Os homens não respeitam a natureza? - Os homens portam-se mal e destroem as coisas? - Porque é que os homens deitam cigarros para as plantas? A comunidade de investigação B.E.
A flor e o vento
O vento enfurecia-se com tudo.Com o mar, com a areia, provocando grandes ondas e remoinhos de pó. Sobrevoava as serras e as mais altas montanhas!
Tinha um ego maior que o mundo. Era frio e quente conforme lhe apetecesse e pouco lhe importava que as plantas secassem ou os outros seres sensíveis morressem de calor!
Bastava-se a si próprio e orgulhosamente sabia que todos dependiam dele!
Uma flor silvestre perguntou-lhe:
- Porque és assim, tão indiferente, tão controlador?
- Porque foi o universo que assim me fez. Não posso portanto ser de outra forma. Porque me criticas, tu uma insignificante flor que vai murchar a qualquer momento? Já reparaste que a tua visibilidade não te dá poder nenhum? A tua cor vai sumir-se e serás nada! Eu pelo contrário sou invisível e sou eterno. Ando sempre por aqui! Tenho uma força suprema! Ninguém me derruba! Sou forte!
- Tens razão… sou frágil e pequena e sei que irei desaparecer brevemente! Mas também sou assim porque o universo assim quis. Admiro-te! Tu serves para muita coisa. Transportas as sementes para longe por exemplo! Eu não sirvo para nada. Aqui estou eu presa ao chão, à espera que me contemplem…
- Tenho de ir – respondeu o vento – Não posso estar parado! Sou irrequieto por natureza!
- Espera… não vás ainda…
- E porquê? Não mandas em mim!
-Tens razão mais uma vez… mas será que não podes permanecer um tempo comigo, só até eu desaparecer… podíamos conversar. Tu comunicavas-me tudo o que o mundo tem, uma vez que eu nunca saí daqui. Morreria feliz se ficasses!
- E porque o faria?
- Nunca ouviste falar de amizade?
- Nunca…
- É algo que não se explica… não se vê… sente-se e dura até morrermos…
- Não sei de que falas!
- Se ficares, vais saber… podes embalar-me com a tua força… mas sê suave… sou frágil, lembras-te?
- Então explica-me melhor isso da amizade…
- Amizade é querer estar perto… é partilhar momentos, como o que estamos a fazer agora! É percebermos que somos diferentes e aceitarmos as discrepâncias!
O vento ficou. Envolveu a singela flor e dançaram juntos. Compreendeu que ela não permaneceria eternamente com ele, mas ficou-lhe perpétuamente agradecido por ter aprendido o sentido da verdadeira amizade. Plano de aula de Filosofia para crianças - Leitura da história “A flor e o vento” - Dramatização da história (diálogo entre duas crianças que encarnam os papéis das personagens) - Ilustração da história - Exploração do conceito “Amizade” - Ser amigo é conversarem juntos e nunca brigarem. - É emprestar coisas e dar. - É nunca fazer queixinhas. - O meu melhor amigo é aquele que gosta de brincar comigo. - Fico feliz quando os amigos nos dão qualquer coisa. - Fico feliz quando gosto de um amigo e tenho alguém para brincar. - Fico triste porque não tenho um amigo e ninguém quer brincar comigo. - Brincar é bom porque ficamos felizes, gostamos dos outros e não fazemos mal. - Beijinhos são bons porque podem servir para curar uma ferida e para conhecer um amigo. - Os beijinhos cuidam das feridas. - A mãe brinca comigo quando tenho medo e dá-me abraços. - Os abraços servem para fazer as pazes. - Gosto de emprestar e partilhar brinquedos e livros aos amigos. - Convidamos os amigos para o nosso aniversário porque gostamos de brincar. - Amizade é bonita porque gostamos que as pessoas se divirtam. - Amizade é dar beijinhos e abraços. A comunidade de investigação B E (quatro e cinco anos)
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