sábado, 17 de outubro de 2015

Ponto de interrogação


 



Todos os brinquedos da sala do colégio do Francisco estavam limpos e arrumados nos lugares próprios. A casinha onde o João e a Luísa gostavam de imaginar que cozinhavam saborosos bolos e gelatinas, estava impecável, pois todos os brinquedos estavam no sítio certo.
A garagem que costumava ser ocupada pelo Afonso e pelo André, tinha todos os carrinhos lado a lado, como se estivessem num parque de estacionamento à espera de novas viagens e aventuras.
Na biblioteca os livros mantinham-se na estante todos juntos e aprumados. A Joana e a Sara gostavam de ficar sentadas a desfolhá-los e a imaginar histórias de princesas e castelos.
Os meninos estavam todos sentados no tapete a ouvir uma história que a educadora Diana estava a ler. Estavam com muita atenção. De repente entrou na sala um bichinho “saltitão” muito engraçado, que parecia um cabide de pendurar os casacos, mas ao contrário. No lugar dos pés tinha apenas uma pinta redonda que parecia uma roda.
Ficaram a pensar que seria uma espécie de palhaço do circo que se deslocava assim a deslizar como aquelas bicicletas só com uma roda que aparecem no circo e com que o trapezista brinca.
O João foi logo perguntar ao “saltitão” como se chamava, ao que ele responde muito sorridente e divertido:
-O meu nome é “Ponto de interrogação” e sou assim meio esquisito como vêem.
- E para que serves?
- Ora, toda a gente sabe que sirvo para fazer perguntas sobre as coisas, o mundo, as pessoas!
- Perguntas? Só fazes perguntas? – Falou a Joana.
- Sim! Só faço perguntas. E é uma canseira! Quando começo a fazer perguntas, nunca mais me calo. Até parece que tenho língua para falar! Blá blá blá!... Sempre que apareço é sinal que vou fazer perguntas!
- E perguntas o quê? – Falou a Luísa.
- Ora, pergunto: Como te chamas? Gostam de mim? Sou bonito? Porque é que não tenho braços nem pés? E porque é que sou diferente dos meninos? Assim eu sou perito em perguntar em questionar e olhem que pode ser muito divertido!
- Deve ser sim! – Disse a Luísa.
Então a educadora Diana aproveitou aquela entrada do saltitão, que se chamava “Ponto de interrogação”, para fazer um jogo com os meninos da sala.
Cada menino faria de conta que era o saltitão “Ponto de interrogação”  e iria pela sala a fazer perguntas aos brinquedos e também aos amigos que estavam sentados no tapete a ouvir a história.
Seria divertido escolher um objeto e trazê-lo para o tapete para que todos fizessem perguntas sobre ele.
 No final da história  iriam ver quem sabe o que é um Ponto de interrogação e para que serve.


Plano de trabalho:
- Leitura da história.
- Dramatização sobre o Ponto de interrogação:
  Jogo das perguntas

Objetivos:
Reconhecer o ponto de interrogação.
Saber para que serve o ponto de interrogação.
Aplicar o ponto de interrogação com a devida entoação.

Plano de discussão:

Os meninos escolheram alguns brinquedos existentes na sala para o jogo das perguntas:
1.     Dinossauro de borracha – Questões:
Porque é que este dinossauro tem chifres? (Gonçalo)
Queres vir comigo para casa? (Diogo)
Os dinossauros têm dentes? (Maria)
Porque é que têm garras? (Inês)
Porque têm uma cauda? (Diana)

2.      Escavadora - Questões resultantes:
Porque é que a escavadora tem uma coisa para escavar? (Gonçalo)
Porque é que a escavadora tem rodas? (Leonor José)

3.     Carro – Questões resultantes:
Porque é que o carro tem luzes? ( Gonçalo)
Porque é que os carros têm travões? (Diogo)




domingo, 11 de outubro de 2015

A árvore Camila


Havia no alto da serra uma árvore diferente de todas as outras. Chamava-se Camila. Os pinheiros que a rodeavam gozavam com ela porque quando chegava o Outono, as folhas ficavam amarelas e iam caindo no chão formando um tapete fofo, estaladiço e de cores quentes.
Ela triste dizia aos seus companheiros:
- Não entendo porque brincam comigo e me chamam nomes. Dizem que fico sem roupa e só se vê o meu esqueleto. Fico só com os troncos.
- Pois é. – Dizia o pinheiro Elias – Na Primavera estavas tão gira com flores brancas em todos os ramos e no Verão divertimo-nos muito quando uns meninos vieram colocar um balouço nos nossos braços e passaram o dia a balouçar-se.
- Foi divertido sim. – Respondeu a Camila. – E quando as meninas enfeitaram o cabelo com as minhas flores também gostei.
- Tu és diferente mas não deixas de ser muito bonita. Olha eu, pareço que nem tenho flores e as minhas folhas são estes picos. Costumam cortar-me quando chega a época de Natal para os humanos terem uma árvore a sério nesta época para enfeitarem as suas casas. Não gosto nada disso!
- Ainda não percebi muito bem porque as minhas folhas caem e fico despida e as tuas folhas permanecem durante todo o ano!
- Olha, tem a ver com a nossa natureza. Eu sou de folha persistente e tu és de folha caduca!
- O que quer dizer persistente?
- Quer dizer que tenho folhas durante todo o ano, mas tu não!
- E isso é mau?- perguntou a Camila.
- Não é mau. É só diferente! Não deixes que gozem contigo só por seres diferente!
- Eu sei… mas fico muito triste quando os outros pinheiros dizem coisas sobre mim, que sou fraca e estou a morrer.
- Nada disso! Tu estás apenas a armazenar energia durante o inverno para quando chegar a Primavera poderes ter essas flores brancas e lindas que tu tens! Até és uma árvore muito alegre nessa ocasião em que floresces em todos os ramos. Nós os pinheiros nunca mudamos. Estamos sempre iguais. Mas tu transformas-te conforme as estações do ano.
-Entendo. Agora é Outono e fico assim. O vento aparece agita-me os ramos e as minhas folhas amarelas tombam na terra. Estou triste. Tenho vontade de chorar.
- Não chores. – Responde o pinheiro Elias. – Sabes que os meninos costumam apanhar as tuas folhas do chão, secas e amarelecidas e fazem trabalhos muito bonitos nas escolas. Já os vi muito felizes e divertidos a apanhar as tuas folhas.
- Achas? Não sei… - Lamentou-se a Camila.
- Sim! Tu dás alegria e felicidade a muitas crianças, porque a cada estação tens sempre uma aparência nova. Com flores na Primavera, com folhas verdes no Verão, com folhas amarelas e castanhas no Outono e só com a elegância dos teus troncos no frio de Inverno. Parece que estás a dançar uma música especial e que ergues os teus braços ao céu. E as pessoas adoram!
- Percebo! Sermos diferentes não significa que sejamos maus. Temos apenas uma riqueza própria, singular, única!
- É mesmo! Por isso não te preocupes quando gozam contigo. Vão acabar por entender que a alegria partilhada está também na aceitação do que é diferente.
A Camila e o Elias ficaram bons amigos e continuaram as brincadeiras de se abanarem e brincarem com o vento, o que os divertia imenso.  


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Plano de trabalho:
    Definição de Filosofia – amigo do saber do conhecimento 

1.      Leitura da história
3.     Fazer perguntas sobre a história (assinalar os nomes das crianças que questionam)
4.     Dramatização das personagens

 .   Objetivos: Saber questionar, interrogar.
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Plano de discussão:

Porque é que as folhas do pinheiro não caem? (Beatriz Sousa)
Porque é que o pinheiro pica? (Caíque)
Porque razão as folhas da Camila caem? (Tiago)
A Camila ficou contente com os passarinhos? (Leonor)
Porque é que a Camila e o pinheiro Elias foram felizes? (João)
Porque é que a Camila ficou triste? (Diana)
Porque é que a Camila ficou sem roupa? (Caetano)
Podemos subir às árvores? (Gonçalo)
Porque é que as árvores foram amigas? Inês