O papá do Luís tinha prometido que
iriam todos até à piscina dos primos porque estava um dia lindo de sol.
O Luís ficou todo contente com a
notícia. Assim podia brincar com a prima Matilde de cinco anos e com o António
de três.
Infelizmente telefonaram do
trabalho do pai a pedir que fosse até ao hospital onde trabalhava como médico.
Alguém precisava urgentemente dos seus serviços.
O Luís fez então uma pequena birra.
Ficou desiludido quando a mãe lhe disse que iriam ver os primos noutro dia.
Chorou, gritou que era injusto e
foi-se esconder no seu quarto agarrado a um carro de corrida que o avô lhe
oferecera.
A mãe compreendendo a ausência do
Luís decide ir ter com ele ao quarto:
- Luís , vamos um bocadinho até ao
jardim jogar à bola?
Mas o Luís não respondeu. Estava
aborrecido. Gostava tanto da piscina, de chapinhar na água com os primos, e
agora já não podia ir ter com eles.
A mãe resolveu-lhe explicar:
- Sabes Luís, nós os adultos temos
responsabilidades e temos de as cumprir.
- O que é isso da responsabilidade?
– Pergunta o Luís de cabeça baixa empurrando o carrinho.
- É assumirmos as consequências dos
nossos atos. O papá é médico e tem o dever de tratar dos doentes… Tudo o que
fazemos e dizemos vai tocar no coração das outras pessoas.
- E o papá não tem o dever de
brincar comigo?- disse zangado o Luís
- Claro que sim. E vai brincar
noutro dia. – Responde a mãe. - Vais ver que irá ser divertido.
O Luís sugeriu então à mãe que
enquanto o papá ia ao hospital ajudar outros meninos a ficarem bons, podiam
fazer um desenho da piscina dos primos.
E assim fizeram os dois. O desenho
ficou muito bonito. Com o Luís, a Matilde e o António a chapinharem na água
todos felizes e a rir de alegria por estarem juntos.
Quando o pai voltou no dia seguinte,
foram visitar os primos e passaram um dia fantástico. Saltaram, correram,
divertiram-se na água.
Fizeram também um piquenique e espaireceram
com os jogos de bolas.
Toda a família adorou.
O Luís compreendeu que é natural
que por vezes nos sintamos tristes por não termos o que queremos, mas temos de
ser pacientes e tudo se resolve.
Finalmente o papá pôde brincar com
o Luís e com os primos cheios de boa disposição e alegria. Até o Pantufa, o cão
da família se divertiu atirando-se à água da piscina e depois sacudindo o pelo
e molhando todos, foi-se deitar ao sol.
Todos se riram com as peripécias do
Pantufa.
Atividade:
Tendo como ponto de partida a história "A tristeza do Luís", dá-se início ao "Jogo dos cartões" ( são distribuídos pela comunidade de investigação, cartões que expressam emoções através de imagens. Cada menino é desafiado a elaborar argumentos e teses sobre a emoção escolhida que pode eventualmente ser a infelicidade, a felicidade, tristeza, zanga, aborrecimento, revolta, alegria etc.)
Objetivos:
- Explorar as emoções de forma inteligente.
- Saber solidificar as ideias defendidas.
- Estimular a argumentação.
- Identificar opiniões.
- Respeitar a posição dos outros.
- Comparar afirmações.
- Desenvolver o raciocínio.
- Dar exemplos de situações que expressem determinada emoção.
FRASES RECOLHIDAS DURANTE O JOGO DOS CARTÕES REFERENTES ÀS EMOÇÕES:
- Estamos felizes quando vamos a uma festa.
- Fico feliz quando vou à biblioteca, ou quando estou na escola.
- Fico feliz quando estou com os avó, primos e amigos.
- Estou feliz quando o pai deixa brincar ou quando o pai vem-me buscar à escola.
- Gosto de brincar com os amigos na garagem, ir às compras e fazer jogos.
- Ficamos assustados quando falamos com alguém que não conhecemos ou quando ouvimos barulhos estranhos em casa.
- Choramos quando os pais falam de coisas sérias.
- Ficamos muito assustados quando há trovoada.
- Ficamos zangados quando não temos amigos.
- Ficamos irritados quando queremos brincar e o amigo diz que não quer brincar connosco.
- Quando esperamos muito tempo ficamos irritados
- Eu fico irritado quando o meu mano me dá pontapés.
- O papá fica irritado quando partimos coisas.
- Ficamos tristes quando o papá promete uma coisa e depois não cumpre.
- Ficamos zangados quando o papá nos manda para a cama.
- Fico triste quando quero ir ao parque e a mamã não deixa ir.
- Quando não posso ir à praia porque está frio, fico triste.
- Ficamos irritados quando temos de ficar em casa porque estamos doentes.
- Ficamos irritados quando queremos ir para a cama dos papás e não podemos.
- Choramos quando o papá não nos deixa fazer o que queremos.
( Comunidade de investigação do B.E. - 5 anos)