O Diogo era um menino que gostava muito de correr na sala do infantário onde pertencia. Andava sempre entusiasmado a gritar com os amigos. Às vezes, naquela agitação toda empurrava-os.
- Diogo, podes deixar de correr na sala!? – Dizia-lhe a educadora- Podes escolher um recanto onde brincar. Tens a casinha, os livros, os carros e a garagem, tens também a cozinha.
- Não sei porque não posso brincar como quero, na sala com os meus amigos! Adoro andar aos pulos!
- Mas Diogo, se andares aos pulos pela sala podes magoar sem querer os teus amigos. Quando formos até ao jardim podes correr um pouco.
O Diogo acalmou-se e foi pedir ao Guilherme que brincasse com ele no recanto da garagem. Estiveram assim durante dez minutos quando o Gui sugeriu que fossem antes brincar com os bonecos de dinossáurios que estavam mesmo ao lado da garagem.
O Diogo era um menino irrequieto mas muito inteligente. Gostava de fazer uns desenhos muito interessantes sobre os heróis da banda desenhada.
Certo dia o Diogo deu largas à sua euforia e percorreu a sala de um lado ao outro, levando consigo um brinquedo precioso que resolveu tirar ao Miguel. Achou que não precisava pedir emprestado e foi-se colocar a um canto com um carrinho novo de corrida, todo vermelho. Queria ver como ele era o mais veloz em suas mãos.
O pobre do Miguel começou a chorar. A educadora Carla perguntou-lhe meigamente:
- Então Miguel, porque estás tão triste e a chorar?
O Miguel calou-se e a Carla esperou que ele se recompusesse e lhe explicasse.
- Queria tanto brincar com o carro de corridas!
- E porque não brincas?
O Miguel olhou para o outro lado da sala onde o Diogo experimentava o lindo carro no chão ficando maravilhado com a velocidade que alcançava. A Carla dirigiu-se ao Diogo perguntando:
- Porque não estás a brincar no espaço da sala que é destinado aos carros e à garagem?
O Diogo encolheu os ombros e não soube responder. Sabia que tinha feito uma ação menos boa. Tinha arrancado das mãos do Miguel o carrinho com que este brincava no espaço da garagem.
Carla, a educadora, percebeu o que se estava a passar, mas esperou pacientemente que o Diogo fosse sincero e lhe explicasse o que acontecera com Miguel que continuava triste.
- Vais brincar para a garagem Diogo. E vê o que tem o Miguel.Ele parece muito sentido.
O Diogo dirigiu-se ao amigo Miguel e entregou-lhe o carro vermelho dizendo:
- Tens aqui o carro. Desculpa ter-te tirado. Podemos brincar os dois com ele?
- Está bem. – Disse o Miguel.
- Olha, vou buscar aquele carro verde que também é muito giro e fazemos uma corrida. Pode ser? – Afirmou o Diogo.
O Miguel ficou muito feliz com a decisão do amigo e a Carla satisfeita pelos dois amigos terem arranjado uma solução para a questão da partilha de brinquedos.
As regras da sala são importantes porque nos ajudam a respeitar os outros meninos que também gostam de brincar.
O Diogo vai crescendo a saber dar importância ao espaço que é de todos. Tomou consciência que correr pela sala pode magoar sem querer e partilhar os materiais é uma atitude muito bonita.
Cada recanto da sala é um lugar mágico para brincar. Na cozinha podemos fazer bolos. No tapete e zona dos livros podemos aprender histórias muito divertidas e interessantes. Na casinha podemos imaginar que somos donos de um castelo de príncipes e princesas encantados.
A Carla, a educadora teve então uma ideia.
- Que tal se desenharem os vários espaços que a nossa sala tem para brincar?
Então todos se sentaram nas mesas e puseram mãos ao trabalho, muito divertidos e alegres.
PLANO DE DISCUSSÃO:
PARA QUE SERVEM AS REGRAS DA SALA?
- Para se cumprir. Porque se andamos a correr podemos magoar.
- Não gritar nem bater.
- Para respeitar os amigos.
- Respeitar os cantos da sala.
- Devemos arrumar os brinquedos.
- Servem para os amigos não se magoarem
- Devemos respeitar as professoras fazendo o que elas mandam.
- Para fazer trabalhos sobre temas.
- Tem de se esperar que os amigos acabem de brincar.
- Respeitar os adultos
- Em filosofia temos que estar em silêncio para saber ouvir.
- Saber falar.
- Ouvir as histórias em silêncio.
O QUE É PARTILHAR?
- É não tirar os brinquedos aos outros meninos.
- É sermos bons uns para os outros.
- É saber emprestar.